Transtorno que pode voltar a se repetir

| terça-feira, 28 de dezembro de 2010 | 0 comentários |
Quantos se lembram dos desmoronamentos ocorridos no final de 2009 e início de 2010, causado pela imperícia da população em construir casas em morros e nas margens de rios e corregos. Pois é, o tempo de chuva está de volta e o risco de desmoronamento também. Com o desmoronamento também ocorrem várias mortes e o pior de tudo não é a dor da perda de um ente, é perde-lo e não poder enterra-lo.

Um fato muito curioso e que a mídia não comentou é a demora para poder enterrar esses corpos soterrados. 

Muitas famílias perderam tudo, inclusive os documentos pessoais de seus parentes. Caso o falecido não possua os documentos devidos para o enterro a Administração Pública pode demorar de 72 horas ou mais para liberar a documentação necessária.

Outro fato também importante a se mencionar é a burocracia do Governo para liberar recursos para os que não possuem condições financeiras para fazer um funeral digno. Neste caso os familiares terão que pedir auxilio a administração, levando o atestado de óbito (que já demorou mais 72 a ser emitido) e solicitar os meios funerários (urna, remoção, capela e cova rasa).

Nem nessa hora o governo dá descanso para a população carente desse país.

Filme Macabro para o Natal

| terça-feira, 21 de dezembro de 2010 | 0 comentários |
Olá galera do mal...
Estou de recesso e não quero ver a cara de vocês (estou brincando), porém está chegando o natal (a data que eu mais odeio) e tenho que deixar um recadinho e uma dica a vocês.

Estava pensando em escrever um texto sobre cemitérios natalinos, só que pensei: ninguém vai querer ver. Aí eu pensei vou dar uma dica de Natal, vou indicar um filminho para os coleguinhas de creche, este filme é o Estranho mundo de Jack (1993).


Bem o filme é muito macabro (também né, foi feito pelo grande Tim Burton), acho até pesado para uma criança assistir, porém meus amigos assistam. A história do filme se passa na cidade do halloween, onde seus habitantes vivem felizes assustadoramente bem, até Jack, em uma desventura abrir um portal para a cidade do Natal. Jack fica empolgado com o espírito do natal e quando volta a sua cidade decide que eles vão fazer o Natal daquele ano e para isso tem que sequestrar o Papai Noel. Aí que começa o balacobaco.

O filme gente é muito legal, talvez alguns não gostem pelo de ser um musical, porém vale a pena assistir nesse friozinho que está fazendo no DF.
Fica a dica para vocês e Feliz Natal!!!!






Soneto de Álvares de Azevedo

| sábado, 11 de dezembro de 2010 | 1 comentários |
Alguma vez já disse a vocês que amamos poesias, pois é, esse grupo é formado por poetas ultra-românticos e  como  tais, amamos o poeta Álavares de Azevedo o maior poeta ultra-romântico do Brasil. Para quem não se lembra de o que é, ou foi, o Ultra-Romantismo vou colocar um link para vocês aprenderem um pouco sobre essa classe literária tão linda, macabra e romântica. Mas antes digo que a morte é um dos temas centrais desses poetas, que pouco viveram para nos escrever lindos versos como estes.

Ultra-Romantismo

SONETO

Pálida, a luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar! na escuma fria
Pela maré das água embalada...
— Era um anjo entre nuvens d’alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!

Era mais bela! o seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...

Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti — as noites eu velei chorando
Por ti — nos sonhos morrerei sorrindo!



AZEVEDO, Álvares. Lira dos vinte anos.São Paulo: Martins Fontes, 1996.


Foi o André que botou pra nós fazer ! ! ! - parte 3

| sexta-feira, 10 de dezembro de 2010 | 0 comentários |
Concluindo a atividade passada...

Na semana anterior, encontramos algumas dificuldades para classificar as fotografias do acervo selecionado.  Com a última aula concluimos que as fotografias de Augusto Boal não podem ser consideradas um conjunto arquivístico.  Desta forma, elas não mantêm uma relação orgânica e sua acumulação não se deu de forma natural, mas  artificialmente. Assim, o acervo do dramaturgo pode ser entendido como uma coleção.


Ao contrário do acervo da Funarte, o acervo da Radio Televisión Española, que aos poucos está sendo disponibilizado, pode ser considerado um fundo arquivístico. Isto porque sua acumulação decorre da funções da emissora, uma vez que os documentos que estão sendo digitalizados são resultado de atividades próprias da instituição, que neste caso são os registros de comunicação da emissora. Então, os documentos da Radio Televisión Española podem ser classificados como orgânicos e naturais por possuirem um produtor que delimita o fundo.

Foi o André que botou pra nós fazer ! ! ! - parte 2

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Galerinha nos desculpe pelo sumiço do blog, porém esse semestre está um pouco macabro, cheio de desafios e coisas esquisitas vindas dessa matéria.


Além de todas as dificuldades encontradas, o desafio dessa semana era fazer a análise tipológica e diplomática de um livro, da capa de um livro e também das imagens da capa do livro. Pois bem fizemos e está aqui em baixo....


Mas antes vamos falar um pouco e mostra a capa desse livro, tão comentado em nossos blogs.


Este livro é de autoria da professora Antonia Salvador que veio ao congresso WICI 2010 falar da digitalização do acervo da TVE - aquela tv espanhola que patrocina e produz um monte de filme legais como Mar adentro (2004) e Castillos de Carton (2009).


O nome do livro é Archivos fotográficos: pautas para su integración en el entorno digital. Legal né - nem lemos nada, mas ela disse que vai me mandar um para o Rodrigo.


Livro

Denominação do Documento: ARCHIVOS FOTOGRAFICOS: PAUTAS PARA SU INTEGRACION EN EL ENTORNO DIGITAL
Espécie: Livro
Suporte: Papel
Forma: Original Múltipla
Formato: livro
Gênero: Textual e Imagético
Entidade Produtora: Editora da Universidade de Granada - Espanha
Entidade Receptora: Interessados em arquivos fotográficos
Função: Transmitir o estudo realizado sobre arquivos fotográficos.
Descrição: Livro que discorre sobre arquivos fotográficos e sua integração com ambientes digitais.

Capa do Livro

Denominação do Documento: Capa do livro ARCHIVOS FOTOGRAFICOS: PAUTAS PARA SU INTEGRACION EN EL ENTORNO DIGITAL
Espécie: Capa de Livro
Suporte: Papel
Forma: Original Múltipla
Formato: Sem especificação
Gênero: Textual e Imagético
Entidade Produtora: Editora da Universidade de Granada - Espanha
Entidade Receptora: Interessados em compra de livros.
Função: Divulgar e representar o conteúdo do livro Archivos fotograficos: pautas para su integracion en el entorno digital.
Descrição: capa do livro que mostra fotografias e sua integração com o computador.

Fotos dos Livros

Denominação do Documento: Fotografias inseridas na arte da capa do livro ARCHIVOS FOTOGRAFICOS: PAUTAS PARA SU INTEGRACION EN EL ENTORNO DIGITAL
Espécie: imagem
Suporte: papel
Forma: Original Múltipla
Formato: Sem especificação
Gênero: Imagético
Entidade Produtora: ...
Entidade Receptora: Interessados em compra de livros.
Função: Divulgar e representar o conteúdo do livro Archivos fotograficos: pautas para su integracion en el entorno digital.
Descrição: imagens familiares que tenta descrever o conteúdo do livro.

Ouvidoria 2

| quinta-feira, 2 de dezembro de 2010 | 13 comentários |
De vez em quando dá uma loca no Blog Mãe, e aí ele pede para que montemos um sistema de ouvidoria.


Bem galerinha a ouvidoria dessa semana está relacionada ao layout e o sistema de busca do blog.


Ps. Já desisti de discutir sobre quem fofoca mais o arquivista ou a arquivista.

Foi o André que botou pra nós fazer ! ! !

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O desafio dessa semana foi analisar um acervo fotográfico da Funarte.


Nosso grupo decidiu escolher a série fotográfica do Augusto Boal. Para contextualizar um pouco o desafio, vamos contar um pouco a história desse homem.


Augusto Boal nos anos 70.
Augusto Boal foi dramaturgo, diretor e teórico do teatro brasileiro. Ele criou uma companhia de teatro intitulada Teatro do Oprimido que se espalhou pelos EUA, França, Rio de Janeiro e Londrina. Essa companhia de teatro junta teatro e ação social, fato esse, que influenciou trabalhos voltados para as áreas de saúde mental, educação e sistemas prisionais.






Vamos partir para a Análise


Quanto ao acervo do dramaturgo escolhido, percebe-se que não há uma ordenação ou uma ordem a ser seguida, ora apresenta-se imagens pessoais, ora dele em serviço, ora de seus espetáculos e até a foto de seu livro.
O que mais contextualiza as fotos são os textos que falam sobre o artista e as legendas das fotos.


Quanto a classificação das fotografias segundo o código do Conarq:
As imagens fotográficas abaixo se classificariam em 002 PLANOS, PROGRAMAS E PROJETOS DE TRABALHO, pois estas fotos estão dentro do acervo da Funarte e dentro de seu fundo elas fazem parte de um projeto de resgate da memória da arte brasileira. 




Quanto ao plano de classificação dos Partidos Políticos
As imagens entrariam no  campo: 
Divulgação do Partido
           - Programa
Pelo fato dessas imagens estarem fazendo parte de um programa de disponibilização e divulgação da memória cultural.


Identificação

Denominação Original: Augusto Boal e o Teatro do Oprimido em Paris, 1975.
Local: Paris


Caracteres Externo

Gênero: imagético
Suporte: Digital.
Formato: 581 383 px


Caracteres Internos

Produtor: Funarte
Organismo: Brasil Memória das Artes (CEDOC)- Funarte.
Conteúdo: Foto de Augusto Boal em um de seus espetáculos.
Objetivo: Registrar o trabalho de Augusto Boal.

Quanto a classificação segundo o Plano dos Arquivistas de Madri.
No primeiro plano encontramos:
    Plan General
Talvez poderia caber por se tratar de um planejamento cultural e de divulgação de um acervo.
Tipo : Foto
Produtor : Funarte
Destinatário: Sociedade Brasileira
Legislação: ...
Trâmite:...
Documentos básicos que compõe o acervo: Fotos Preto e Branco, que registram o trabalho e a vida de Augusto Boal.
Ordenação da série: Sem uma ordenação Lógica consistente.
Conteúdo: Registro das atividades de Augusto Boal, tanto no teatro quanto em espetáculos.
Vigência administrativa: ...
Eliminação: Guarda Permanente


As análises diplomáticas e tipológicas foram feitas a partir dessa imagem.
  

Discussão dos resultados alcançados

A contextualização do acervo com os planos de classificações se deu de forma um pouco que bagunçada em nossas humildes mentes arquivísticas.

Por parte do Conarq nós até que fomos bem, pois já estamos acostumados com o pensamento mais amplo que o plano (código) de classificação deles nos oferece.

Já o plano de classificação de Madri e dos Partidos Políticos, nos sentimos muito desconfortáveis em achar um código, fato esse, devido a suas peculiaridades. No campo da avaliação diplomática e tipológica não tivemos muita dificuldade. 

Bem galera do bem e do mal aqui fica mais um de nossos desafios semanais.
Beijos nos corações de cada um e tchau.......

Ps. Descansem em Paz.

Retratações póstumas aos cães

| | 1 comentários |
No post passado foi questionado se os cães realmente são os melhores amigos do homem.  O blog AUrquivo bom pra cachorro reafirmou seu posicionamento e colocou bons argumentos para a celebre frase e até mostrou a história do jargão o cão é o melhor amigo do homem. 

Nós do Memórias Póstumas nos retratamos e afirmamos que o caso mostrado é um caso a parte, uma esseção, e até uma mesmo uma fatalidade, nós colocamos essa notícia apenas com um cunho de entretenimento não queriamos constranger nem mesmo falar mal do blog amigo, que sempre respeitamos e até anunciamos o seu nascimento aqui no blog.

Ficam aqui nossas sinceras desculpas se constrangemos ou sujamos a imagem dos cachorros ou do blog coleguinha nos perdôe.

Cachorro melhor amigo do homem?

| quarta-feira, 1 de dezembro de 2010 | 0 comentários |
Tem um blog aí, que diz que o cachorro é o melhor amigo do homem. Tudo isso para mim e para Perry Price não passa de um bela mentira.
O senhor Price tinha um cachorrinho que sempre o levou para caçar patos e outros animais, um belo dia após uma caçada desenfreada o caçador foi pego por seu próprio cãozinho, que pisou na escopeta e atingiu o dono na perna. Não preciso dizer mais nada pois esse tiro matou o coitado do senhor Price.
Depois dizem que cachorro é o melhor amigo do homem.....
O xerife contou que esse foi o caso mais estranho que já encontrou naquela cidade.
| segunda-feira, 29 de novembro de 2010 | 0 comentários |


Olá galera !
Só para lembrar que nos dias 01, 02 e 03  de dezembro estará sendo realizada a edição 2010 do  Workshop internacional em ciência da informação . O evento  irá acontecer no auditório da Faculdade de Ciência da Informação e Documentação (FCI/UnB) e contará com a participação de pesquisadores nacionais e internacionais que discutirão, dentre outros temas, as diferentes interfaces da pesquisa em ciência da informação. Para quem puder comparecer, com certeza o evento tem muito a agregar.

Mais informações podem ser obtidas no blog: http://wici2010.blogspot.com/

Prazos e Prazos

| sexta-feira, 26 de novembro de 2010 | 0 comentários |

O blog recebeu um desafio do além, a cada semana teremos que colocar aqui neste blog uma definição diferente de PRAZO PRECAUCIONAL.Então vamos a conceituação básica:
PRAZO DE PRECAUÇÃO
"Intervalo de tempo durante o qual o poder público, a empresa ou qualquer interessado guarda o documento por precaução, antes de eliminá-lo ou encaminhá-lo para guarda definitiva no Arquivo Permanente."
BERNARDES, Ieda Pimenta. Como Avaliar Documentos de Arquivo. São Paulo: Arquivo do Estado, 1998. p 24.

"o prazo precaucional, o qual é estabelecido para responder as eventuais reclamações administrativas ou jurídicas sobre aspectos referidos ao texto, a falhas na tramitação ou há erros no cumprimento da vigência e, também, para servir de sustendo jurídico a outro documento que necessita para estar vigente"
ALMEIDA, Rafaela Augusta de; RODRIGUES, Ana Célia. IDENTIFICAÇÃO DE TIPOLOGIAS DOCUMENTAIS COMO PARÂMETRO PARA AVALIAÇÃO DE DOCUMENTOS CONTÁBEIS. San Thiago: VII Congresso de Archivología del Mercossur, 2008. Disponível em: <http://www.asocarchi.cl/DOCS/107.pdf>.
"necessidade de guarda do documento por precaução, em virtude de práticas administrativas;"
CONSELHO DE JUSTIÇA FEDERAL. Programa de Gestão Documental Manual de Procedimentos. Brasília: Conselho de Justiça Federal, 2001. Disponível em: <http://columbo2.cjf.jus.br/portal/gestaodocumental/documentos/MANUAL%20DE%20PROCEDIMENTOS.pdf>.

Volver

| domingo, 21 de novembro de 2010 | 4 comentários |
Não sei se já declarei para vocês, AMO Pedro Almodóvar, em outro post já havia comentado sobre um filme dele intitulado Fale com ela.

Agora quero falar sobre uma de suas obras primas o filme Volver, 2006.
Volver para mim foi o melhor de todos os filmes de Pedro Almodóvar, gosto de quase todos (os que vi) mas este me marcou mesmo. Assistindo esse filme eu chorei, ri, me identifiquei por inteiro.

Bem não vou mais ficar falando da minha experiência com o filme, vou falar mesmo é da morte e suas relações com o filme.


Com uma ambientação de cidadezinha do interior o filme conta a história de uma mãe chamada Raimunda (Penélope Cruz) que tenta proteger sua filha do homicídio praticado pela menina contra o seu suposto pai. Para tanto a mãe esconde o corpo do marido dentro do freezer de um bar em que está cuidando. Enquanto isso a irmã de Raimunda, Sole, é atormentada pelo fantasma de sua mãe interpretada por Carmem Maura.

Como vocês podem ver o filme é ambientado por mortes e mistérios relacionados às mortes. Contudo o filme não fica, "nossa que mistério", tem mais um tom de tragédia e muitas vezes comédia. Uma coisa muito legal de se comentar é a exposição de momentos fúnebres espanhóis colocados pelo diretor. Chega a ser engraçado as cenas funerárias do filme. Como na cena que está aí em baixo que a personagem Sole é cumprimentada por toda a aldeia com beijos e abraços bem calorosos e violentos.

Uns meses atrás fui a um funeral e percebi que aqui no Brasil não é tão diferente, parece que as pessoas ficam disputando para ver quem abraça o parente do falecido. Achei uma experiência muito interessante.

Bem gente, assistam o filme. Ele é um dos melhores filmes que já vi na vida, com certeza todos irão gostar dessa tragicomédia.

Deixamos aqui um desafio para o blog CineArq para que eles conheçam o filme e comentem em seu blog sobre a autenticidade da morte da mãe de Raimunda. Espero que o grupo poste até o dia 10 de dezembro , pois os cinéfilos estão muito ansiosos para o desvendar deste caso.




Estou triste pois não consegui achar um trailer legendado em português!


Ps.: Descansem em Paz!

Desafio parte 1

| sexta-feira, 19 de novembro de 2010 | 0 comentários |


Desafio da semana consiste em analisar documentos que apareceram no documentário "Memória para uso Diário". Galera esse filme é fantástico, me emocionei do inicio ao fim do documentário. Esse filme foi exibido na Semana do arquivista da UnB, ocorreram certos problemas na exibição dele, mas foi muito proveitoso assisti-lo. Vou deixar no fim do post o trailer, então se vocês se interessarem o assistam pois vale a pena.

Voltando ao desafio, nós tivemos que escolher três documentos que apareceram no filme e fazer análise diplomática e tipológica desses documentos verificando se a mudança de titularidade desses documentos modificaria a função arquivística do documento.


Análise diplomática

Nome: Fotografias dos desaparecidos
Gênero: imagético
Forma: original
Formato: 15 x 21
Suporte: papel




Nome: Ossada

Gênero: tridimensional
Forma: original
Formato: humano
Suporte: mineral concentrado



Nome: Conta de luz

Gênero: textual e imagético
Forma: original
Formato: folha avulsa
Suporte: papel






Análise Tipológica

Fotografia dos desaparecidos

Entidade produtora: família do desaparecido
Descrição: documento imagético pertencente ao arquivo das famílias dos desaparecidos políticos.
Função arquivística: No arquivo da família, antes do desaparecimento, a foto tem a função de recordação. Após o desaparecimento ela é utilizada pra tentar localizar ou reconhecer a pessoa desaparecida.Caso essa fotografia vá para a o arquivo da polícia ela integrará um dossiê que será utilizado para análise criminal.

Ossada

Entidade produtora: a pessoa desaparecida.
Descrição: documento tridimensional encontrado em cemitério clandestino.
Função arquivística: a ossada possui função de identificação de desaparecidos.

Conta de luz

Entidade produtora: morador cujo nome da rua é o nome de um dos desaparecidos políticos.
Função arquivística: para o morador é a comprovação de uma despesa. Para a família do desaparecido e para o resto da sociedade é uma forma de provar que o Estado se redimiu.
Descrição: Documento textual e imagético pertencente ao arquivo do morador.




Desafio parte 2

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A outra parte do desafio era contextualizar os mesmos documentos ao tema do blog. Por isso fizemos uma história que conta a saga de uma senhora em busca de seu filho em cemitério clandestino em São Paulo.

Memória de mãe


Velha, setenta e nove anos, reumatismo e uma memória. Dona Claudia, mãe de um único amor, seu filho Rodolfo desaparecido politico desde o ano de 1972. A última lembrança de seu filho foi a roupa que ele saíra de casa, pois ela o vira de costas e não conseguira ver seu rosto.

Ano passado ao assistir o jornal da noite viu uma reportagem falando de um cemitério clandestino em São Paulo. Ao removerem as ossadas viu aquela camiseta, a mesma que seu filho tinha saído de casa. Seu coração não aguentou, tinha certeza que aquele era seu filho. Porém havia um grande impasse, pois no ano do desaparecimento eles moravam em Goiânia, como o corpo de seu filho havia parado em São Paulo.

Dona Claudia pegou o primeiro avião para aquela cidade que foi o ultimo abrigo de seu filho. Durante a viagem chorou como se revivesse cada momento destes anos sem ele, lembrou momentos de desespero em que com uma fotografia na mão saia nas ruas e perguntava por seu filho: - alguém o viu? você sabe alguma coisa sobre ele? – eram suas perguntas. Lembrou as noites em claro que passava rezando, clamando por respostas divinas. Agora restava a única certeza - seu filho morreu.

A velha memoriosa foi ao MPF de São Paulo, contou sua história ao promotor e esse disse que a ajudaria e que era comum que presos  políticos fossem mandados para outro estado. No outro dia a senhora colheu sangue e entregou documentos do filho, entre eles a fotografia que guardou de recordação e como tentativa de achar o desaparecido. Os peritos fizeram o laudo e compararam o DNA dos dois, mais tarde a resposta para a certeza dessa mãe é confirmada: a ossada pertence a Rodolfo Guedes de Oliveira.

A pedidos da mãe deixaram-na sozinha com os restos do filho em uma sala do ministério público. Dona Claudia chora copiosamente pela certeza que poderá enterrar seu único e grande amor. Olhando para um canto da sala relembra os primeiros passos do filho, lembra quando ele passou no vestibular para medicina, lembra suas aspirações politicas, lembra seu amor e esperança por um Brasil mais livre.
Leva os restos mortais de seu filho para Goiânia, nessa cidade o enterra. Em sua lápide escreve os dizeres: Morri pelo bom e por aquilo que era bom.

A dois meses atrás, a rua de Dona Claudia ganhou o nome de seu filho. Um mês depois ao chegar a conta de luz a memoriosa senhora vê o nome do filho batizando sua rua, senta-se no sofá, reflete e vai para cama reviver no seu último sonho todo aquele amor que sente por Rodolfo.

Em memória de meu avô morto em 67 em situações estranhas no Hospital de Base e também ao meu falecido amigo Salomão que perdeu seu emprego nos correios e foi prezo pelo DOPS em 79 por possuir ideais libertários.


Analise tipológica dos documento destacados em negrito

Fotografia de Rodolfo

Entidade produtora: família de Dona Claudia
Descrição: documento imagético pertencente ao arquivo da família de Dona Claudia.
Função arquivística: No arquivo da família, antes do desaparecimento, a foto tem a função de recordação. Após o desaparecimento ela é utilizada pra tentar localizar ou reconhecer Rodolfo.

Ossada

Entidade produtora: Rodolfo Guedes de Oliveira
Descrição: documento tridimensional encontrado em cemitério clandestino.
Função arquivística: a ossada possui função de identificação do corpo de Rodolfo.


Conta de luz

Entidade produtora: Dona Claudia  
Função arquivística: Para Dona Claudia é o reconhecimento que seu filho foi um herói que lutou pela democracia no Brasil.
Descrição: Documento textual e imagético pertencente ao arquivo de Dona Claudia.